Natal e uma árvore cheia de ODS
O Cardeal Tolentino referia que "Para crentes e não-crentes o Natal é uma época de confronto consigo mesmos". Deixando em aberto o ponto de chegada na reflexão individual, levei-o, à minha responsabilidade, para o sentimento de preocupação com os outros que nos assalta nesta época, e que fica adormecido durante o ano. Multiplicam-se as ações solidárias, as ceias e os cabazes, os brinquedos e roupas, que partilhamos com as pessoas necessitadas. É bom, ajuda, alivia o desconforto nesta época invernal e traz mais proximidade, é bom para todos, mas é pouco. Os problemas subsistem 365 dias por ano e, infelizmente, a maioria custa mais de uma geração a corrigir.
Os países perceberam que não bastava estabelecer objetivos políticos comuns, muitos negociados em multelateralidade de afinidades desequilibradas, e tiveram que alargar a abrangência destes mesmos objetivos, tornando-os comuns. Perceberam também que os compromissos para resolução dos problemas de hoje têm que ser mapeados, e alargados a todos os agentes (stakeholders), não podendo ficar apenas nas agendas politicas, do marketing ou de alguma parte da comunidade. Têm ser assumidos de forma conjunta, cooperativa, para que cada individuo no seu dia-a-dia desempenhe o seu papel no Objetivo maior de um Mundo Sustentávelmente Desenvolvido.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, surgem com esse compromisso alargado, para que sejam permanentemente visíveis e lembrados em cada decisão que tomemos. Os problemas que se querem resolver exigem uma acção continua, não "apenas" numa campanha em determindada época, porque nos alivia e alivia os outros.
Não sei se a árvore de Natal gigante na piazza Venezia, em Roma, em que cada presente representa um ODS, terá sido uma inspiração para o texto do Cardeal, mas seria bom que cada um abrisse o seu presente este ano e lhe desse uso cada dia, já agora, até ao próximo Natal.