Programa AaZ - Ler melhor, Saber mais
Divulgamos um programa social que está muito bem estruturado: O Programa AaZ - Ler melhor, Saber mais da Iniciativa Educação (site) é um programa privado de âmbito nacional que resulta de uma parceria criada em 2019 entre a Iniciativa Educação e a Universidade do Minho, a qual assume toda a gestão do programa através do CIPSI-Centro de Investigação em Psicologia da Universidade do Minho.
O problema central que o Programa AaZ procura resolver são as dificuldades de leitura e escrita que as crianças enfrentam nos primeiros anos de aprendizagens, "em especial daqueles que, devido a dificuldades económicas, familiares, educativas ou sociais, não atingem os resultados escolares que poderiam obter, encontrando-se em risco de insucesso escolar". Isto porque: "Os estudos demonstram que 20% dos nossos jovens de 15 anos, não só em Portugal mas noutros países também, têm extremas dificuldades de leitura, ou seja, não ganharam a fluência de leitura na altura própria, aos 6 ou 7 anos, e ficam assim prejudicados para o seu futuro", podendo hipotecar o sucesso de uma carreira e de uma participação ativa na vida social.
O domínio da leitura e da escrita é indispensável na vida atual. "Ler não é um ato natural, mas sim social." É uma competência complexa que se adquire e que depende muito do tipo de ensino dado porque para aprender a ler o aluno tem que recorrer a diversas outras habilidades. É comum numa sala de aulas do 1º ano de escolaridade haver crianças com vários níveis de dificuldade em aprender a ler, pode ser dislexia ou muitos outros problemas. Estas dificuldades devem ser encaradas como habituais ainda que indesejada e devem ser abordadas o mais cedo possível, de modo, que a taxa de sucesso para ultrapassar estas dificuldades seja elevada.
Minimizar as dificuldades de leitura nos primeiros anos de escolaridade aumenta as probabilidades de sucesso académico, porque "o desfasamento dos alunos com dificuldades relativamente aos restantes, tende a aumentar, e não a diminuir" e "quando a intervenção é feita durante os dois primeiros anos da escolaridade obrigatória, a probabilidade de os alunos se aproximarem da média dos restantes é de 80%. Esse valor desce para metade quando a intervenção acontece durante o 3.º e o 4.º ano de escolaridade e fica nos 10% a partir do 5.º ano".
O programa procura colmatar as falhas na aprendizagem inicial da leitura e da escrita nos alunos com dificuldades de aprendizagem do 1º e 2º ano, evitando mais tarde "a desmotivação dos alunos e o seu distanciamento progressivo face aos pares" que pode ser uma das causas de não conseguirem compreenderem o que leem e de abandono escolar. Porque estas dificuldades afetam não só o interesse e a motivação pela escola, bem como o sucesso académico no curto, no médio e no longo prazo, bem como, a própria confiança que a criança tem em si mesma e a sua vida no quotidiano, uma vez que os alunos com dificuldades tendem a ter sentimentos negativos e uma perceção de incompetência.
No ano letivo passado 2020/21, o programa abrangeu 272 alunos (80 no Norte, 96 nos Açores, 48 no Alentejo e 32 na Grande Lisboa) e para o presente ano letivo o número total de escolas abrangidas irá duplicar, esta expansão irá ser tanto em Portugal continental como nas ilhas dos Açores e da Madeira.
Vamos seguindo de perto este projeto, acreditamos que é mais um projeto no caminho da Inovação Social no sentido do Impacto e Mudança.