"Respeitar mínimos sociais e máximos ambientais é uma condição base da transição para a sustentabilidade"

04/01/2022

Vale a pena ler o excelente artigo de João Wengorovius Meneses, Secretário-Geral do BCSD Portugal. (leia o artigo aqui) Em 2022 o mundo está a fazer um esforço para a transição para modelos de negócio sustentáveis e é notória uma ligação cada vez maior entre a dimensão social e ambiental. A prova disso é a definição dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, das Nações Unidas e do Pacto Ecológico Europeu onde podemos encontrar os temas ambientais e sociais cada vez mais juntos.

Hoje temos a consciência que é tão importante respeitar o Planeta, a sua diversidade e os seus recursos que são finitos, como é importante dar condições de vida digna e oportunidades a todas as pessoas, sem deixar ninguém para trás. Estamos todos ligados e o sofrimento de uns tem consequências negativas na sociedade. Num novo capitalismo já não interessa só o lucro, deve-se ter em conta as condições humanas, o ambiente e as questões de purpose/governance.

No final de 2021 houve várias iniciativas que terão consequências em 2022 que estão a dar voz à parte Social:

  • COP 26 em Glasgow, a dimensão social foi um dos assuntos centrais debatendo quer a ajuda financeira aos países em desenvolvimento, a necessidade de se investir na requalificação dos trabalhadores das indústrias afetadas pela transição climática e na luta contra a pobreza energética.
  • Taxonomia Social da UE 2022, publicada em 2021, para além dos temas ambientais abrange também a integração dos temas sociais (ex. obrigações verdes e sociais).

Até agora o aspecto ambiental era o mais falado e mais regulamentado. Actualmente, segundo o World Economic Forum já existem cidades no mundo classificadas como carbono negativo, cidades regenerativas (net positive), Butão, Suriname e Panamá (infelizmente nenhuma fica na Europa).

Para 2022 o grande desafio, será incrementar o número de cidades regenerativas (idealmente também na Europa) e incluir cada vez mais os aspectos sociais no centro das decisões, sem esquecer a transformação digital.